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Hora de reafirmar nossa força: defesa da produção nacional e do comércio justo
Por Léo Bortolin
A recente decisão do Carrefour na França de suspender a compra de carnes produzidas no Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, causou surpresa e preocupação. Anunciada pelo CEO Alexandre Bompard, essa atitude levanta questões sobre suas reais motivações e impactos.
A crise reflete tensões antigas em torno do acordo de livre-comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, em negociação há mais de 20 anos. Enquanto países como Espanha e Alemanha apoiam o acordo, a França, sob a liderança de Emmanuel Macron, demonstra resistência. Durante o encontro do G20 no Rio de Janeiro, agricultores franceses protestaram contra o tratado, temendo concorrência desleal e impactos ambientais.
O Brasil, líder na exportação de carne bovina, é reconhecido por suas práticas sustentáveis e rigorosas normas de produção. Em 2023, segundo a ABIEC, o Brasil foi responsável por 27% das importações de carne bovina da UE fora do bloco. Os produtores brasileiros adotam legislações rigorosas e boas práticas agrícolas, garantindo qualidade e segurança alimentar para consumidores em todo o mundo.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, foi rápido e assertivo em sua resposta, defendendo o que é nosso por direito. Ele argumentou, com razão, que tais afirmações são infundadas e parecem ser uma tentativa clara de criar barreiras comerciais contra os produtos brasileiros, reconhecidos por sua alta qualidade e competitividade no mercado internacional.
Em reação, as empresas JBS, Marfrig e Masterboi interromperam o fornecimento de carne bovina ao Carrefour. Além disso, instituições ligadas ao agronegócio como o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a ApexBrasil repudiaram a decisão, chamando-a de “lamentável” e injustificada. Entidades como CNA, ABIEC, ABPA e Fiesp uniram-se em uma carta conjunta expressando descontentamento. Outras 44 organizações da cadeia da carne também divulgaram um repúdio oficial. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sugeriu medidas de reciprocidade contra a França.
A decisão do Carrefour é reflexo de um movimento protecionista, visando atender aos interesses de agricultores franceses em detrimento de uma concorrência justa. Como prefeito de Primavera do Leste e presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, expresso minha solidariedade e apoio a todos os produtores que se dedicam diariamente para levar o melhor da nossa produção ao mundo. Endosso plenamente o posicionamento do governador Mauro Mendes e de todas as instituições que se manifestaram contra essa decisão.
É momento de diálogo e de reafirmarmos a qualidade e a sustentabilidade da nossa produção. Não podemos permitir que atitudes protecionistas prejudiquem o desenvolvimento econômico e social do nosso país e dos municípios de Mato Grosso.
Leo Bortolin
Prefeito de Primavera do Leste e Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios
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