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O simples e a conquista do voto

Por Keydson Barcelos
Inúmeros elementos e processos formam o emaranhado criativo. Contudo, ouso defender – e, felizmente, não me sinto só nessa bandeira! – que o simples é mais difícil de se conceber. Acredite: A simplicidade é uma das ferramentas mais poderosas da comunicação e marketing. E paradoxal e disparadamente, uma das mais complexas de se elaborar. Numa imensa prateleira de variedades e pirotecnias tecnológicas de toda ordem e grandeza financeira, o minimalismo criativo é, inúmeras vezes, o fundamento de campanhas publicitárias memoráveis. Genuinamente brilhantes.
O simples carece de inteligência, maturidade profissional, perspicácia, leitura cuidadosa do stakeholder (o público ou os públicos que se deseja avidamente atingir). Preceitos fundamentais para a emissão de mensagens eficientes, funcionais em sua acepção, capazes de estimular um ambiente de empatia com quem se almeja interagir. Espichemos o olhar um pouco adiante: E quando esse ambiente é repleto de hostilidades, impondo desafios ainda maiores à conquista de corações e mentes no plano da gestão de marcas e relações de consumo?
Nesse sentido, nada mais pontual que as Eleições 2016. Aquele processo de caça aos votos, recém-deflagrado, ao qual cada vez menos eleitores se predispõem, despidos de ceticismo ou vestidos de paciência, a dedicar um pouco de sua atenção. Na tela, no rádio, em panfletos e em discursos com raras inovações, candidatos a prefeito e a vereador nos 141 municípios de Mato Grosso e nas demais cidades do Brasil se empenham neste momento em seduzir o eleitor e converter, efetivamente, apatia eleitoral em voto.
Essa mecânica da conversão de desacreditados eleitores em votantes efetivos (não falemos aqui em eleitores convictos por tratar-se de categoria ideal, com indivíduos quase em extinção) talvez jamais tenha sido tão complexa. Temos em 2016 dois fenômenos determinantes a tal dificuldade em despertar paixões pelos candidatos: O famigerado “efeito Dilma”, que açoita a imagem pública coletiva da classe política, e os desdobramentos da estrondosa Operação Lava-jato, com seus respingos incontestes também sobre a imagem de outro universo importante à dinâmica social e econômica brasileira – o empresariado.
Sem fulanizar culpados ou acusados, suspeitos ou inocentes, o fato é que nunca antes o terreno da caça ao voto foi tão hostil aos que se propõe a enfrentar batalhas eleitorais. Coragem, portanto, é requisito básico. Bom plano de governo, ainda mais. Reconhecida capacidade de convencimento, mesmo sob exaustão, idem. Nos atos de campanha (comícios, visitas, “arrastões” etc), nas peças publicitárias (programas eleitorais de rádio e TV, inserções, informativos impressos etc), em todas as plataformas de propagação de discurso junto à sociedade, estará em xeque o potencial do candidato de quebrar o estado de dormência de um eleitor desacreditado frente ao noticiário e indiferente a siglas partidárias em sua maioria. Impassível ante exemplos crassos e penosos de em quem não se deveria ter votado em eleições anteriores.
Se pouca esperança há no imaginário do eleitorado, há um lugar ao sol aos candidatos nesse desestimulante cenário? Claro! Sobretudo àqueles que assimilarem que o simples, embora paradoxalmente difícil de ser concebido, é ele também o caminho mais assertivo e perene para quem deseja galgar carreira saudável na política. Propostas com linguagem simples e direta, gesticulações e figurinos adequados, cenários que valorizem a figura do candidato: tudo deve soar o máximo possível palpável e real aos olhos, ouvidos e ao discernimento do potencial eleitor, aumentando exponencialmente as chances de vitória nas urnas em outubro. Emergir da velha vala de propostas grandiosas, mirabolantes e impactantes faz-se premente, um necessário ato de desapego a ser praticado por nossos postulantes em 2016 e nos pleitos vindouros.
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