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Olimpíada: preconceito, prejudice, discrimination?

Por João Edisom de Souza
Brasileiro é mal educado? A Olimpíada no Brasil está servindo para muitas coisas, muito pouco para o esporte brasileiro, é verdade. Não temos nenhum projeto pós Olimpíada para ajudar na educação e projeção dos nossos jovens. Mas podemos ver como o mundo nos vê, colonizados, colonizadores ou não.
Vários episódios têm ocorrido paralelamente aos que são transmitidos ao público. O foco é apenas o esporte, e essa afirmação não é nenhuma crítica, mas uma constatação, uma vez que é assim mesmo que se procede no mundo todo. Mas vamos as minhas observações, cujo conteúdo é apenas um olhar sem a pretensão de ser verdade absoluta. Até porque se trata apenas do início e não de conclusão de pensamento.
Primeiro, nossos atletas, com raríssimas exceções, estão com as emoções acima do normal. A pressão da família, do público e essa forma emotiva de conduzir tudo não combina com o equilíbrio emocional que o esporte de alto rendimento exige. A emoção não está canalizada para o sucesso, mas para o drama final. Chora porque perde, chora porque ganha. E neste caso fica mais fácil perder mesmo sendo melhor que o adversário.
Segundo, a torcida brasileira está causando muito durante a prática de esportes que exigem concentração dos atletas. Por isso pode até passar a impressão que somos mal educados, e somos, mas neste caso sem culpa popular. Foram convidados para uma festa torcedores de jogos de futebol e se estão se comportando da mesma forma. A culpa não é do público e sim da nossa história política que sempre nos privou de bons e variados espetáculos e de esportes que ficam, no máximo, até classes A e B. Como querem que o povo torça? Ele vai fazer da forma que sempre fez. É uma torcida de jogo de futebol, nada mais.
Terceiro, os exageros cometidos por narradores e jornais esportivos, tanto do Brasil quanto da Argentina, estão criando uma guerra infrutífera e desnecessária entre estes dois povos. A vítima, mais uma vez, é o povo. Não somos inimigos em nada. No máximo adversários que devem ter o direito de torcer pelo seu país e mais nada. Isso é perigoso e pode levar a tragédias em eventos que deveriam ser apenas para diversão.
Quarto, um atleta francês da esgrima deu um exemplo magnífico, pedindo para dar o ponto que ele tinha recebido ao brasileiro(adversário) pois havia um erro no toque não percebido pelo árbitro. Outro também francês, desta vez do salto com vara, foi babaca e muito infeliz, nos tratando como colônia de terceiro mundo. Conclusão: gente boa e babaca tem em todo lugar, inclusive nos que se acham mais chiques.
Quinto, quanta autoestima tem os atletas de países de primeiro mundo, cuja educação é de melhor qualidade e a democracia é perene. Controle emocional, soberania e liberdade para trabalhar. Ganhando ou perdendo a vida continua. É visível a saúde física e tranquilidade mental dos atletas. Quanta dor tem os atletas de países cuja luta pela sobrevivência e pela democracia ainda é uma constante. Nos seus rostos, a frustração e o medo são evidentes, na vitória desabam.
Sexto, já houveram muitas outras Olimpíadas. Muitas outras irão acontecer. Mas nenhuma em uma cidade tão maravilhosa quanto o Rio de Janeiro. A beleza natural é insuperável. Mas ainda não era hora de fazermos esta festa olímpica. Temos outras prioridades pelo país, mas agora é tarde, vamos torcer para um encerramento digno e bonito. Depois que os convidados forem embora vamos ver como fazer para pagar as despesas.
Sétimo, abaixo os xingamentos, a falta de educação e as interferências na hora da concentração dos atletas em esporte que silêncio é importante. Uma coisa tenho certeza: nunca mais o mundo vai torcer do mesmo jeito para seus atletas, pois ainda acho que é melhor gritar de alegria do que jogar banana ou imitar macacos em estádios. Isso os ditos civilizados fazem mais do que nós e também é falta de educação. Usando um velho ditado tupiniquim: não vem não que vocês também sentam no rabo para falar dos outros.
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